segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

De braços cruzados

Demorou, mas chegou a minha vez de dialogar aqui no FILOSOFAMOS.

O que me levou a reflexão que apresento agora foi uma música, sim a palavra cantada, ouço mais música do que leio, mas isso é outra história... Necessito ressaltar que foi uma MÚSICA. Segundo o dicionário Melhoramentos, música é a arte e técnica de combinar sons de maneira agradável ao ouvido, porém ouso fazer um recorte, e me referindo as músicas com letra, dizer que musica são aquelas que em sua letra levam o jogo útil e saboreável de palavras, que podemos chamar de poesia, assim exclui os “gemidinhos” e frases “chicletes” que invadem e poluem a cultura musical nacional. No entanto, isso foi um parêntese (que estava preso na minha garganta) do real tema dessas linhas.

“Até bem pouco tempo trás poderíamos mudar o mundo, quem roubou nossa coragem?” Grita Renato Russo em uma época de reivindicações... Seu eco chegou estes dias ao meu ouvido (isso porque já ouvi essa música uma centena de vezes), parei para pensar: - Meu Deus! O que a minha geração almeja mudar? O que reivindicamos? E no silêncio da resposta divina, comecei a pensar no mundo materialista preso aos seus brinquedos... Veja bem! Não sou um franciscano, nem ao menos vou doar os meus bens aos pobres, mas cheguei a conclusão que estamos satisfeitos com nossos celulares da moda, nossos super computadores, entre outros.

Não é uma critica a este estilo de vida, é uma critica a uma vida mergulhada unicamente neste estilo. “Poderíamos mudar o mundo”, este mundo ainda precisa ser mudado... Ou será que estamos satisfeitos? Foram diversos caminhos: acreditar em uma ética e moral rígidas, depois abandonar totalmente ambas e agir segundo interesses próprios, mas é perceptível que nada funcionou. Porque estamos de braços cruzados a brincar com as distrações que o mundo superficial nos oferece? “Quem roubou nossa coragem?”

Infelizmente, mesmo depois de tanto pensar, não cheguei a uma conclusão. Porém fiquei com o coração mais aliviado, pois as mudanças nascem do incômodo, a inquietude é o sinal de não estar tão anestesiado, desejo sorte aos estimados leitores deste texto.

Gilson Alves

3 comentários:

  1. uma coisa só pode existir quando faz sentido para alguem.

    Quem roubou nossa coragem ?


    A midia - que expoe a realidade a partir de seu interesse?
    O consumo - prática que da prazer a muitos em fazer, (e sentir prazer é bom.)
    A vida urbana ? que organizou o homem em sociedade e tornou suas naturezas obsoletas e o distanciou delas? - (pergunte a uma criança na cidade de São Paulo o que é o horizonte)

    acredito (sem pensar muito na resposta) que a cidade é resultado de um modo de vida adotado a partir do seculo 18 quando se deu a ascencao industrial consequencia disso a formação dos aglomerados urbanos - a cidade em si é resultado de um pensamento em vida coletiva, a apartir de uma necessidade de fazer e$$e eixo funcionar. Vivemos, brasileiros, a pouco mais de 500 anos dessa forma, o exodo rural provocou transformações no modo de vida, e descobrimos, junto com o mundo, que nao é possivel viver assim. A quanto tempo os nativos (indigenas) vivem? O que é ser primitivo então?

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  2. É triste ver nossa geração se perder em coisas que passam. Temos tudo, mas ao mesmo tempo não temos nada...

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  3. Ola Gilson, esse trecho da musica realmente nos faz pensar no tempo em que vivemos (isso pq a musica tem vinte anos!!!!)

    Acho que a nossa coragem nao foi roubada, foi dopada. As pessoas nao acreditam mais no pais do futuro, nem na maioria dos politicos, e sabem de muito trambique que acontece por ai, reclamam, reclamam... mas nao se mexem pra nada. Eu acho que falta mesmo é atitude das pessoas.

    Mas, como foi citado ai em cima, realmente essa dopagem é fruto da midia, da industria cultural e do consumo.

    Parabens pelo texto rapaz!!! Mto bom!!!

    Abçs!!!

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