A visão é a identidade do ser humano, a forma como ele vê diz quem ele é. É através da visão que o homem compreende o mundo e se faz compreender, visão esta que vai além do órgão físico e alcança a consciência. Segundo Paulo César Lopes, professor de literatura, “O olhar é condicionado, mediado pela nossa experiência”, ou seja, vemos aquilo que experimentamos e somos fruto do que vivemos. As experiências que vamos tendo ao longo da vida forma a nossa opinião, a nossa ‘visão sobre as coisas’. Os nossos valores, conceitos e crença são fatores essenciais para determinar nosso olhar em relação ao mundo.
Lopes afirma que o olhar é uma interpretação, sendo assim mutável a cada pessoa. Diante da percepção do quanto a vida em sociedade nos molda é possível afirmar que a visão é uma construção social e individual, sendo formada e composta pela duas simultaneamente.
Pensando na visão física, quando nos falta algum dos sentidos o nosso corpo tende a aprimorar outros, por isso os cegos ouvem melhor e tem o tato mais apurado. Não enxergar deve ser ruim em qualquer situação, porém quando alguém que enxerga deixa de ver, lidar com a ausência da visão tornar-se mais difícil.
Certo dia fui ao oftalmologista para uma consulta de rotina, com a intenção de em seguida ir ao shopping comprar um celular, diferente das outras vezes, desta vez o médico decidiu dilatar minhas pupilas. Após um exame rápido estava liberado, ao sair da clínica percebi a alteração em minha visão, conseguia ler a placa do ônibus somente a uma certa distância, mesmo assim fui ao shopping. Chegando na loja peguei uma senha para ser atendido, mas não conseguia ler o número, eu sabia que havia umas três pessoas na minha frente, mesmo assim o número era ilegível para mim, retornei frustrado para casa. Nesta experiência percebi o quanto o ‘meu mundo’ necessitava da visão, o quanto olhar era importante para meu relacionamento com as coisas.
Desta experiência é possível irmos além fazendo a seguinte analogia: será que o povo não enxerga com os olhos dilatados? Será que nossa geração não está olhando para questões importantes, como a política, com um ‘olhar ilegível’? O resultado é visível um povo frustrado. Muitas são as reivindicações, todos sabem o que está errado, o que reclamar, mas a ‘revolta’ só vai até este ponto: reclamar para sentir-se melhor. Não são tomadas atitudes concretas - sim elas existem – a visão do povo se enche de conformismo impossibilitando uma transformação profunda da nação.
Gilson Alves
“Escrevo o que passa por mim, o que posso ser testemunha e nada mais!”.
O texto acima foi inspirado pelo documentário Janela da Alma, dirigido por João Jardim e Walter Carvalho. O documentário mostra o relato de diversas pessoas cegas e como elas percebem o mundo.
IMAGEM: http://files.nireblog.com/blogs/noemicosta/files/olhar.jpg
Lopes afirma que o olhar é uma interpretação, sendo assim mutável a cada pessoa. Diante da percepção do quanto a vida em sociedade nos molda é possível afirmar que a visão é uma construção social e individual, sendo formada e composta pela duas simultaneamente.
Pensando na visão física, quando nos falta algum dos sentidos o nosso corpo tende a aprimorar outros, por isso os cegos ouvem melhor e tem o tato mais apurado. Não enxergar deve ser ruim em qualquer situação, porém quando alguém que enxerga deixa de ver, lidar com a ausência da visão tornar-se mais difícil.
Certo dia fui ao oftalmologista para uma consulta de rotina, com a intenção de em seguida ir ao shopping comprar um celular, diferente das outras vezes, desta vez o médico decidiu dilatar minhas pupilas. Após um exame rápido estava liberado, ao sair da clínica percebi a alteração em minha visão, conseguia ler a placa do ônibus somente a uma certa distância, mesmo assim fui ao shopping. Chegando na loja peguei uma senha para ser atendido, mas não conseguia ler o número, eu sabia que havia umas três pessoas na minha frente, mesmo assim o número era ilegível para mim, retornei frustrado para casa. Nesta experiência percebi o quanto o ‘meu mundo’ necessitava da visão, o quanto olhar era importante para meu relacionamento com as coisas.
Desta experiência é possível irmos além fazendo a seguinte analogia: será que o povo não enxerga com os olhos dilatados? Será que nossa geração não está olhando para questões importantes, como a política, com um ‘olhar ilegível’? O resultado é visível um povo frustrado. Muitas são as reivindicações, todos sabem o que está errado, o que reclamar, mas a ‘revolta’ só vai até este ponto: reclamar para sentir-se melhor. Não são tomadas atitudes concretas - sim elas existem – a visão do povo se enche de conformismo impossibilitando uma transformação profunda da nação.
Gilson Alves
“Escrevo o que passa por mim, o que posso ser testemunha e nada mais!”.
O texto acima foi inspirado pelo documentário Janela da Alma, dirigido por João Jardim e Walter Carvalho. O documentário mostra o relato de diversas pessoas cegas e como elas percebem o mundo.
IMAGEM: http://files.nireblog.com/blogs/noemicosta/files/olhar.jpg
Não tem muito tempo, mas um professor de Etica meu disse que nao devemos olhar, mas sim, ter visão sobre as coisas. O olhar, segundo ele, é apenas uma percepção superficial das coisas, algo que geralmente fazemos quando assistimos a algum programa de televisao. Já a visão é algo mais profundo, algo que nos leva a reflexão, semelhante a experiencia de olhar uma obra de arte.
ResponderExcluirFoi o que me lembrei agora lendo o seu post. Vc, de fato, é um cara de muita visão, mesmo que ela venha em algum momento estar dilatada rsrs (eu detesto dilatar o olho, nao enchergo um palmo na frente e tenho que sair acompanhado por alguém).
Abçs!!!
Atualizei meu blog hoje:
Curiosidades sobre Pica-Pau - Parte 2
http://blogpontotres.blogspot.com/