terça-feira, 3 de agosto de 2010

Na inquietude do tempo

É inegável a beleza da juventude, são olhos sem a venda dos limites. Braços que não duvidam suportar a carga e sorrisos sem a preocupação com as marcas de expressão.

Como algo recente, é também inegável que a juventude não possui uma série de noções. Falta-lhe a noção de que o tempo soluciona, que em tudo a espera é necessária e que o retrógrado pode ser um saudosismo bom.

Talvez a real beleza esteja na soma dos anos que aprende sem deixar de sorrir. É o orgulho de ter vivido que não sufoca o desejo de viver. Estar e não desejar que estivesse além ou no passado. Cantar e sorrir com experiência que omite o tempo e na tranqüilidade de se saber quem se é ir de encontro ao outro.

Na contramão do que o vento que move a sociedade sopra, eu desejo envelhecer! Só peço a Deus que os riscos das rugas me tragam sabedoria, ao menos sabedoria para olhar a metade dos erros que cometi sem amargura e abraçar em totalidade o que foi bom.


Gilson Alves
“Escrevo o que passa por mim, o que posso ser testemunha e nada mais!”.

IMAGEM: Arquivo Pessoal

Um comentário:

  1. Caro amigo, me identifiquei com cada gota de palavra, cada sentença revelava um pouco de mim. Sinto-me alegre por envelhecer, sabe, costumo pensar que a juventude é um defeito que você corrige a cada dia.
    abraço!
    Lembra do artigo sobre a leitura que me pedistes? farei esforço de nessa semana, quando de fato entrarei de férias, o envio pronto.

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